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Black Friday, estratégica também para o setor moveleiro

Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.

Móveis e colchões despontam na lista de best-sellers das promoções da Black Friday, seja nas lojas físicas, seja nas cada vez mais procuradas plataformas de e-commerce.

O setor moveleiro tem sido estratégico para o Brasil nos últimos anos, tanto no que se refere ao mercado interno quanto às vendas externas. A agilidade da indústria associada à flexibilidade do varejo – pronto para atender por meio da loja física como pelos meios digitais – contribui para o relativo equilíbrio.

Com esta perspectiva, o setor de móveis e colchões pode apresentar melhor resultado este ano em relação ao ano passado, quando consideradas as vendas da Black Friday. Esta é a estimativa do IEMI – Inteligência de Mercado que há 20 anos incorpora informações aprofundadas sobre este segmento a seu invejável banco de dados, construído ao longo de quatro décadas. 

Caminhos de crescimento

A Black Friday de 2025 deve registrar, segundo o IEMI, significativo volume de vendas, movimentando R$ 49 bilhões no varejo nacional no mês de novembro quando considerados os segmentos de vestuário, calçados, móveis e colchões. O levantamento aponta crescimento nominal em todos os setores, ainda que com estabilidade ou leve retração no volume de peças vendidas. Na área de móveis e colchões, a estimativa é de R$ 13,4 bilhões em vendas, resultado que representa alta de 2,3% em valor, apesar da queda de 2% em unidades comercializadas, totalizando 40 milhões de peças.

O que explica o desempenho do setor
Para o consultor e diretor do IEMI, Marcelo Prado, o momento é decisivo para a cadeia moveleira brasileira. Ele observa que existem condições para ampliação do consumo interno, mas alerta para a necessidade de estratégias mais apuradas. “Os números mostram que o potencial do mercado brasileiro é enorme, mas para aproveitá-lo é preciso inteligência”, afirmou. Segundo Prado, o consumidor está cada vez mais atento a fatores como sustentabilidade e responsabilidade social, pressionando as empresas a rever práticas e acelerar adaptações.

Mudanças no perfil de consumo
Além de variáveis macroeconômicas, Prado destaca transformações sociais e demográficas que influenciam diretamente a demanda por móveis e colchões. 

O executivo explica que fatores como envelhecimento da população, a redução no tamanho das famílias e a maior sensibilidade a critérios ambientais representam desafios para o setor. “O setor moveleiro brasileiro atravessa um momento de transformação. Com consumidores mais velhos, famílias menores e maior sensibilidade a critérios de sustentabilidade, as empresas precisam rever estratégias para se manterem competitivas”, alertou. 

O consultor reforça que acompanhar tendências não é suficiente. “Quem não alinhar a sua estratégia a esses movimentos terá dificuldades para se manter competitivo”, assinala, enfatizando a importância de investir em pesquisa, inovação e comunicação com o público.

Impacto da pandemia e reação do mercado
A indústria e o varejo de móveis e colchões tiveram comportamento particular durante a pandemia. Embora diversos setores sofressem retração intensa, o segmento conseguiu reagir de forma relativamente positiva diante das circunstâncias. Entre 2020 e parte de 2021, a permanência prolongada das pessoas em casa impulsionou reformas e a reorganização dos ambientes domésticos para atender ao modelo emergencial de home office. Esse movimento sustentou as vendas e manteve o setor ativo mesmo no período mais crítico da crise sanitária, como mostra o detalhado levantamento do IEMI.

No compasso do mercado

O IEMI trabalha com expertise calcada na metodologia própria, consolidada ao longo das quatro décadas de atuação no mercado têxtil e de vestuário. E com o setor moveleiro não poderia ser diferente, desde o lançamento, há 20 anos, do Relatório Brasil Móveis, surgido a partir da parceria com a Abimóvel – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário

Integrante do projeto Brazilian Furniture, da ApexBrasil, o Relatório acompanha em detalhes as transformações deste complexo mercado. Informações e análises estão disponíveis em Relatório Setorial Brasil Móveis e no site iemi.com.br/moveis.

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